domingo, 25 de fevereiro de 2018

Desilusão

Doratildo Pereira de Oliveira

Eu nunca quis ser poeta,
mas sempre pulsou forte,
dentro de mim,
essa paixão.

Foram anos de tormento,
de agonia,
no terrível conflito da realidade
com a ilusão.

Fiz-me preso dessa guerra insana,
na vã filosofia de vitória
e vejo-me agora
entre a espada e a cruz,
com os olhos no céu
e os pés bem presos no chão.
Se ainda pudesse escolher
um destino,
eu o faria com humildade:
seria um homem comum de dia
e poeta de noite
na escuridão.

Assim eu seria feliz:
ocuparia o dia
com afazeres indispensáveis
e vagaria de noite
pelas ruas,
em vôos noturnos
pela imensidão.

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