domingo, 25 de fevereiro de 2018

A velha usina


Imagem: g1.globo.com

Doratildo Pereira de Oliveira

Ainda hoje existe um imponente e saudoso barracão que abrigava um potente gerador de energia elétrica que abastecia a cidade. Majestoso, em estilo gótico, sua implantação em área aprazível atrai-nos até hoje pelo encanto do lugar, pelo bucolismo que irradia com tanto vigor. Antigamente, nessas paisagens, reinava a paz sob os acordes maviosos dos pássaros canoros que ainda hoje habitam o esplendoroso lugar. Ai convivia harmoniosamente toda espécie de aves, pássaros e pequenos animais nativos da pequena selva que se expandia ao derredor. A cutia, a gralha, a pomba rôla, o bem-te-vi, a arara, o sabiá e inúmeras outras aves compunham a sinfonia maviosa e magistral desse encantador lugar.
Outrora funcionava ali uma usina impulsionada a motor, como em diversos outros locais, usina que iluminava a cidade, pequena que era Dourados. A iluminação pública extinguia-se às dez horas da noite. Era uma agonia branda, até muda pelo clarão da lua e das estrelas distantes e aplacada pela pujança e brandura de seu povo obreiro.
Passado esse tempo, de saudosa memória, resta-nos essa imagem singular de extrema beleza, quase afrodisíaca, onde piava a cutia e a rôla cantava.

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